quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sub-consciente O Arquitecto cego e a janela do comboio


Aquele comboio parecia-me tão familiar, o som ensurdecedor da travagem, o amarelo gasto da chuva e do sol.
Sentado na carruagem um homem de fato preto e camisa, olha na minha direcção, notei que quando começava a falar, não me olhava directamente nos olhos, falava Inglês, e o que me começou a dizer estava totalmente relacionado sobre arquitectura. Recordo-me apenas de olhar para a janela do comboio e observar belos edifícios cheios de vida e de cor, enquanto ouvia as palavras deste homem cheias de um sentido e um significado que não me lembro de sentir antes. Não sei ao certo sobre que assuntos ele estava a falar, mas só me recordo de observar em constante movimento aquelas formas arquitectónicas com o soar das suas palavras como ruído de fundo, parecia uma melodia musical, uma melodia difícil de reconhecer mas com uma beleza tal, que nunca tinha sentido antes.